Criado para promover o ensino musical como forma de valorizar, difundir e preservar a cultura local relacionada ao choro, jazz, samba e MPB (Música Popular Brasileira) e ainda homenagear um dos autores do Hino Indaiatubano, o Núcleo Musical Nabor Pires Camargo foi criado em 2022. Desde então, vem formando novos músicos e proporcionando vivências culturais e artísticas.
As matrículas para o Núcleo Musical Nabor Pires Camargo terão início nesta quarta-feira, dia 24, a partir das 9h, e seguem até às 16h do dia 23 de fevereiro. Serão oferecidas aulas gratuitas para sete modalidades de instrumentos: bandolim, cavaquinho, clarineta, flauta transversal, percussão, saxofone e violão 7 cordas.
“Fechamos 2023 com 100 alunos ativos no Núcleo Nabor, todos aprendendo mais sobre os instrumentos escolhidos e também participando das Rodas de Choro, que já se tornaram uma tradição em nossa cidade, além de outros eventos”, destaca a secretária municipal de Cultura, Tânia Castanho. “Queremos ampliar estas participações e seguir aumentando o ensino musical de qualidade em Indaiatuba”.
Para efetuar a inscrição, é preciso se dirigir ao Casarão Pau Preto de segunda a sexta-feira, das 9h às 16h30. As matrículas são realizadas por ordem de chegada e para participar, é preciso ter a idade mínima de 10 anos e apresentar RG, CPF ou CNH e comprovante de residência atualizado.
No caso de menores de idade, a matrícula deverá ser feita pelos pais ou responsáveis legais, que também devem apresentar seus documentos pessoais. Vale destacar que, para participar das aulas, o interessado deverá possuir o instrumento da modalidade escolhida.
Além das aulas de instrumentos, os alunos do Núcleo aprendem Teoria Musical e Prática de Conjunto (Repertório). O Casarão Pau Preto está localizado na Rua Pedro Gonçalves, 477. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone (19) 3816-6961.
Nabor Pires Camargo
Nabor Pires Camargo nasceu em 9 de fevereiro de 1902 no município de Indaiatuba, mais precisamente na casa número 16 da Rua 15 de Novembro. Já em 1912 foi admitido como clarinetista da banda infantojuvenil regida pelo maestro José Lopes dos Reis, o "Dunga", durante a administração do prefeito Major Alfredo Camargo Fonseca e sete anos depois, Nabor tornou-se maestro da banda. Em 1921, transferiu-se para São Paulo, e ali deu início aos estudos de música no Conservatório Dramático-Musical de São Paulo.
Nos primeiros tempos na capital, foi clarinetista da Banda do 4º B.C. do Exército (durante o serviço militar); empregado da Companhia de Estrada de Ferro Santos-Jundiaí (a "Inglesa"); clarinetista da Banda da Lapa; clarinetista da orquestra do Cine São Bento e do Cinema Olímpia. Fez amizade com o jornalista e poeta Dieno Castanho, iniciando com ele, a partir do maxixe Mamãe Me Leva, uma longa parceria em suas composições.
Em 1923, passou a atuar em programas na Rádio Record. Em 1930, foi escolhido "Melhor Clarinetista de 1930", prêmio concedido pela Gazeta Esportiva. Gravou seu primeiro disco no estúdio da Victor da Praça da República, com as composições Matando Saudades e Caindo das Nuvens.
Na década de 1930 intensificou suas atividades como músico nas emissoras de rádio: entre 1933 e 1937, participou da orquestra e do grupo regional de música da Rádio Educadora; em 1937, integrou a Orquestra Sinfônica da Rádio Tupi; também foi músico na Rádio Gazeta e na Rádio e Televisão Nacional.
Além disso, integrou a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo (oficializada no final da década de 1940). Também em 1930, junto a Acrísio de Camargo compôs o Hino Indaiatubano em homenagem ao primeiro centenário de Indaiatuba.
Em 1947, iniciou os primeiros entendimentos com a Editora Irmãos Vitale para a elaboração e publicação de um método para clarineta. Este método é utilizado até os dias de hoje entre os professores e estudantes desse instrumento.
Em 1967, aposentou-se pelo Departamento de Cultura do Município de São Paulo, órgão ao qual estava subordinada a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo. Retornou a Indaiatuba em 1985, aqui permanecendo até o final daquela década, quando transferiu-se para Mococa. Faleceu em 3 de outubro de 1996, aos 94 anos, deixando a esposa, Dona Cleonice (com quem se casou em 1934), e a filha única, Marizaura.
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