O que você quer ser quando crescer?
Pergunta comumente feita as crianças. As respostas refletem seus interesses, experiências, algumas vezes inspiradas em personagens, pais ou membros da família.
Mas, muitas de nossas crianças não sonham mais em ser jogadores de futebol, astronautas, médicos ou bailarinas, elas agora querem ser “youtubers”.
O fato do crescente desejo em ser influenciador digital pode estar associado ao valor que os pais dão a esse tipo de entretenimento ou ainda a necessidade de impressionar ou de obter aprovação.
É bem verdade que um influenciador digital pode trazer visibilidade a marca e criar conteúdos relevantes, que eduquem e despertem as pessoas para questões importantes, como saúde e questões sociais, por exemplo. Mas há também disseminação de desinformação (conteúdos falsos e enganosos que se espalham rapidamente), e uma exposição digital desnecessária. Tal situação pode causar prejuízos mentais por impor um estilo de vida inatingível. No que diz respeito a crianças, podem exercer um impacto significativo no comportamento e na formação de opinião, afetando a saúde mental, autoestima ou ainda as tornando vulneráveis a abusos.
Nada contra profissões digitais, elas surgem e se desenvolvem com avanço da tecnologia: desenvolvedor de software, analista em marketing digital, assistente virtual, designer, especialistas em segurança da informação... E tendem a ganhar cada vez mais espaço, profissões antigas podem ser reinventadas para se adequarem as exigências de mercado. Quero deixar registrado somente uma preocupação sobre quando os verdadeiros influenciadores (filósofos, professores, inventores, pesquisadores) foram substituídos por expositores da própria vida e criadores de conteúdos, muitas vezes inúteis e cujos likes são mais importantes que a credibilidade, transparência e privacidade.
Tudo pela trend...essa expressão já diz muito por si só... necessidade extrema em se destacar, em ser validado e ter popularidade online, à custas, muitas vezes, de valores...
Por isso, caros pais, fiquem atentos aos conteúdos que seus filhos estão acessando, conversem com eles sobre quem são os influenciadores que eles mais gostam e por quê. Usem diálogo aberto, de modo que possam se expressar sem medo de julgamento. Esboce que a regra “não converse com estranhos” cabe também e ainda mais no ambiente virtual. Faça-os refletir sobre a utilidade dos vídeos/reels/transmissão, isso ajuda a desenvolver o pensamento crítico. E observem o quanto os conteúdos estão afetando a autoestima e a percepção de realidade da criança. E, por último, mas não menos importante, desperte-as para o “sonhar”, criem ambientes que incentivam a imaginação e criatividade, por meio de leituras, atividades lúdicas, conversas e contação histórias, passeios na natureza, em museus e exposições.. Demonstre interesse em suas idéias, demonstre empatia e compreensão por seus medos e inseguranças, é normal ter sonhos diferentes e sim, é possível transformar sonhos em realidade, pois se você pode sonhar, você pode realizar (Walt Disney).

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