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Terça-feira, 25 de Marco de 2025
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A luz no fim do túnel

Expressões idiomáticas revelam a sutileza da construção de um repertório cultural.

A luz no fim do túnel
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Chutar o balde. Engolir sapo. Lavar as mãos… Mais do que expressões idiomáticas, essas sentenças revelam a sutileza do que é a construção de um repertório cultural que só se adquire com a experiência da vida. Não é à toa que os principais vestibulares e o Enem valorizam este aspecto para atribuir notas mais altas às redações e identificá-las como acima da média. Em um processo seletivo, em que o domínio acadêmico é o básico esperado, é na redação que o candidato tem a oportunidade de dar voz aos seus pensamentos e mostrar, um pouco, de quem ele é.

Em 2008, o filme “Blackjack” ou “Quebrando a banca” - em português - inspirou-se na história real de alguns alunos do Instituto de Massachusetts e suas incríveis habilidades em matemática aplicadas aos jogos de cartas. A obra conta a história de Ben e, logo no início do filme, deparamo-nos com uma entrevista entre ele e o responsável pelas admissões no curso de medicina em Harvard. Na cena, o entrevistador revela que o candidato precisa fazer-se brilhar além das notáveis médias acadêmicas, uma vez que o mesmo está competindo por uma bolsa integral no valor de 300 mil dólares junto a outros 76 candidatos igualmente inteligentes e excepcionais academicamente. A mensagem que fica é que devemos ir além da mera nota.

No Brasil atual, um país cuja média de leitura por adolescente não chega a 4 livros ao ano, notas excepcionais parecem um pote de ouro no fim do arco-íris para o vestibulando que se engana ao não prestar atenção às sutilezas dos processos de avaliação. E nada mais entrelinhas do que depender da análise de mundo, não é mesmo? O INEP cunhou o termo repertório sociocultural diversificado para designar com todas as letras o que e como esse conhecimento, quase abstrato da leitura global, aplica-se ao texto do ENEM. Tal cobrança é avaliada na segunda competência da grade de redação e pode custar ou presentear o candidato com até 20% da nota total da sua produção textual.

Sim, você leu certo: o conhecimento de mundo pode chegar a valer 200 pontos em uma redação do Enem, e ainda é um ponto crucial na diferenciação de todas máximas em diversas bancas de vestibulares, como Unicamp, Fuvest, Unesp, entre outras. Logo, é fundamental auxiliarmos nossos estudantes e filhos com esse critério, ensinando que a vida - de fato - não apenas vale a pena, como também a nota. Trocadilhos à parte, é no tecido social que esse conhecimento se sustenta: que filmes, séries, livros e músicas fazem parte do seu cotidiano? Que leituras, discussões e percepções de mundo nós temos? É preciso desafogar-se do consumo imediatista e superficial que algumas redes sociais fornecem e mergulhar de cabeça no oceano das referências. Quanto mais profundo, mais cores, texturas e formas seremos capazes de perceber, logo, mais complexas serão nossas habilidades argumentativas e de construção de repertórios.

Lembre-se: o óbvio só será óbvio para olhos treinados. Para que haja uma luz no fim do túnel, é preciso - primeiro - desbravá-lo ao que parece ser às cegas, mas não é. Com orientação e método é possível organizar, sistematizar e selecionar os repertórios que farão a diferença na produção das redações ao longo da vida. Se você não quer ficar na superfície e deseja, verdadeiramente, ir além, estarei aqui para guiá-lo nessa incrível jornada que vai além das linhas e abraça a vida. É lá que o pote de ouro realmente está.

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