Quem nunca ouviu a famosa frase: “Se estou com dor após o treino, é porque está fazendo efeito”? Apesar de ser um clichê comum entre praticantes de atividades físicas, essa dor nem sempre significa que você está evoluindo. Se você sente desconforto, é importante saber diferenciar quando a dor é apenas parte do processo natural de treino e quando ela pode indicar um problema mais sério.
De acordo com o ortopedista e traumatologista do esporte, Dr. Bruno Canizares, as dores podem ser classificadas em dois tipos: dor muscular e dor articular.
A dor muscular, também conhecida como "dor muscular tardia", é uma reação normal que ocorre após os treinos, geralmente 24 a 48 horas depois. Isso acontece quando os músculos sofrem micro lesões que fazem parte do processo de adaptação e crescimento muscular. Já a dor articular é diferente, surgindo nas articulações e podendo ser sinal de lesões nos ligamentos, cartilagens e tendões.
"A dor muscular é normal, mas é preciso conhecer o limite do corpo. O acompanhamento de um profissional de educação física é essencial para adaptar os treinos e prevenir lesões. Se o corpo está sentindo dor, é um sinal de que o exercício está causando algum tipo de sobrecarga, e o profissional saberá ajustar a intensidade do treino para que a dor desapareça com o tempo", explica Dr. Bruno.

Enquanto a dor muscular está relacionada ao aumento da massa muscular e melhora da performance, a dor articular pode ser um sinal de alerta, especialmente quando a dor é intensa, aguda, profunda e não melhora com repouso. Em alguns casos, pode ser acompanhada de inchaço e vermelhidão. Por isso, se você sentir dor nas articulações, fique atento! Isso pode ser o sinal de que a estrutura interna da articulação está sendo sobrecarregada e o problema pode evoluir para lesões graves.
Como prevenir?
O segredo está no alongamento antes de cada treino, progressão gradual da carga e respeitar os intervalos de descanso entre os exercícios. “Evitar exageros nos movimentos e respeitar a amplitude natural das articulações pode reduzir muito o risco de lesões”, orienta o especialista.
Cuidar do corpo é essencial, mas saber interpretar os sinais que ele nos dá pode ser o diferencial para garantir a saúde articular e muscular a longo prazo.
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