O isolamento imposto pela pandemia no início dessa década causou fortes impactos negativos ao setor hoteleiro nacional e mundial. Mas esse período, não tão distante, vai ficando no retrovisor na Região Metropolitana de Campinas (RMC), principalmente no tocante as baixas taxas de ocupação. Com a retomada dos eventos corporativos e de negócios, diversos grupos e investidores começam a desengavetar projetos e investimentos milionários em novos projetos para os próximos anos. E a meta não é só o viajante de negócios. O turista tradicional também está na mira.
Região sob nova onda de investimentos do setor hoteleiro
Pelo menos quatro novos projetos hoteleiros para a RMC já foram anunciados e um inaugurado neste ano de 2025. Com investimento de R$ 20 milhões e expectativa de geração de 40 empregos, a Rede Class Hotel deve inaugurar uma unidade em Americana no primeiro semestre de 2026. A Atlantica Hospitality International, por sua vez, inaugurou em novembro um hotel na cidade de Indaiatuba, cidade com forte vocação industrial.
E vem mais hotéis por aí
Recém-saído da recuperação judicial (ver abaixo), e de olhos nos turistas que frequentam a área de lazer, o parque Hopi Hari tem planos de investir na construção de um hotel em Vinhedo, conforme anunciou na semana passada a Brooklyn International Group, nova controladora do complexo. O hotel faz parte de um plano de negócios de R$ 300 milhões ao longo dos próximos anos. Já de olho no público de alto poder aquisitivo, o empresário campineiro Mário Garnero, através do Grupo Brasilinvest, e o fundo GTF do Canadá, vão desembolsar US$ 237 milhões para desenvolvimento de um projeto turístico de luxo próximo ao condomínio Entreverdes, em Sousas, Campinas.
Taxa de ocupação regional acima dos 62%
O turismo de negócios é o carro-chefe do setor hoteleiro na região de Campinas. Ele responde por cerca de 80% da taxa de ocupação dos hotéis. E de acordo com a pesquisa mensal realizada pelo Campinas Convention Campinas, em novembro a taxa de ocupação média regional foi de 62,79% (categoria Econômico), 61,77% na categoria Midiscale, e de 38,42% na Upscale.
Após nove anos, Hopi Hari sai da recuperação judicial
Em recuperação judicial desde 2016 por causa de dívidas na ordem de R$ 1,6 bilhão, o Hopi Hari saiu do processo na semana passada, segundo despacho da 1ª Vara de Vinhedo. Após longas renegociações com credores, o valor a ser pago caiu para R$ 600 milhões e com isso o parque de diversões localizado em Vinhedo, na Região Metropolitana de Campinas (RMC) volta a sonhar com dias melhores.
Investimentos milionários na mesa
Para voltar a seus anos de auge, quando chegou a receber 1,8 milhão de visitantes, a Brooklyn International Group, nova administração do Hopi Hari, anunciou que pretende investir alto nos próximos três anos para modernização e em melhorias do parque. O valor anunciado é R$ 300 milhões até 2028 com aquisição de novas atrações importadas e outras obras para atrair o público, um shopping a céu aberto e um hotel.
TIP Brasil anunciou investimento de R$ 500 milhões em data center em Campinas
Depois de a Terranova anunciar projeto para construção de um data center na região nos próximos anos, agora é a vez a TIP Brasil. Na semana passada, a empresa anunciou investimento de R$ 500 milhões na aquisição, modernização e ampliação de empreendimento em Campinas, inaugurado em novembro de 2025. A estrutura terá capacidade projetada para até 2 mil racks e foi incorporada ao portfólio da Tropical, nova empresa do grupo dedicada a serviços de data center. O site ocupa cerca de 20 mil m² de área construída e passará por um processo de retrofit para atingir a certificação Tier 3. A energia inicial prevista é de 10 MW, com expansão conforme a demanda. A empresa informa que prevê geração própria a partir de 2026.
Investimentos em etapas
A primeira fase do projeto foi aberta em novembro de 2025. A segunda, que adicionará 2.500 m² de área útil, está prevista para janeiro e fevereiro de 2026. A empresa projeta ocupar aproximadamente 500 racks até o final de 2026 e completar a operação da primeira área até 2030. O novo datacenter faz parte do portfólio da Tropical, estrutura criada pela TIP para consolidar serviços de hospedagem, processamento e armazenamento. O grupo reúne quase trinta empresas. O financiamento inclui recursos próprios, participação de investidores familiares, parceiros estratégicos e suporte do Wave Hub, ao qual a TIP pertence.
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