Levantamento realizado pelo Sindicato das Empresas de Compra, Venda, Locação e Administração de Imóveis (Secovi-SP) aponta que mais de sete mil imóveis foram vendidos na Região de Campinas nos seis primeiros meses de 2025. O número, recorde, coloca a região em primeiro lugar no ranking nacional em vendas, à frente até da região metropolitana de São Paulo.
O volume de vendas de janeiro a julho, mesmo diante de um quadro econômico desafiador, especialmente a questão do juro elevado para financiamento imobiliário, é considerado surpreendente pela entidade. “Esse número surpreende porque a gente não espera um número tão alto. A gente sofre muito quando a taxa Selic tá muito alta”, disse Daniel Aranovitch, diretor de Intermediação Imobiliária e Marketing da Regional Secovi-SP, em entrevista para a Rádio Jovem Pan Campinas. “Então, realmente é uma surpresa ter esse número”, acrescentou ele.
Na avaliação do diretor do Secovi-SP, um dos segredos do sucesso da região é a sua diversidade. “Campinas é uma cidade que não sei quantas tem igual no país, porque tem algumas Campinas dentro de Campinas. Tem regiões que vão muito bem na Minha Casa Minha Vida e você anda 15 minutos de carro e chega na Nova Campinas, Cambuí, onde vende um altíssimo padrão, na mesma cidade”, explica.
Apesar do recorde de vendas no primeiro semestre, a entidade apontou algumas preocupações com o futuro do setor na região. O principal entrave tem sido a outorga onerosa, uma taxa cobrada pela prefeitura para permitir construções maiores. Com o aumento do valor da outorga, somado aos custos de construção e dos terrenos, a conta deixou de fechar para as construtoras. “Para o incorporador, ficou duas vezes mais caro, porque eu tenho que pagar o terreno mais caro, mais a outorga, ou seja, a conta não fecha”, disse Aranovitch.
Com a queda de mais de 40% nos lançamentos, o estoque de imóveis na região está em um nível criticamente baixo, com apenas 8 a 9 meses de oferta. A expectativa de queda na taxa de juros deve aquecer ainda mais a procura, o que pode levar a um cenário inédito. “Se não resolver o problema da outorga rápido, nós vamos ter uma coisa que no mercado é meio que inédito, que é ter menos oferta do que demanda”, alertou o diretor do Secovi-SP.
CURTAS
BRZ estende atuação para Jaguariúna...
Um dos reflexos que apontam um mercado imobiliário regional aquecido é a expansão da atuação das construtoras para cidades no entorno de Campinas. A
A BRZ, com atuação em diversas cidades, anunciou seu desembarque em Jaguariúna. O primeiro projeto na cidade terá um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 125,4 milhões, com geração de mais de 500 empregos diretos e indiretos. A previsão de vendas na cidade nos próximos cinco anos é de R$ 335 milhões.
Região é a segunda em contratações na construção...
As contratações do setor da construção civil na região de Campinas acumulam uma alta de 6,2% no período de janeiro a julho, segundo melhor desempenho no Estado de São Paulo, atrás apena de São José dos Campos (9,9%). Os números são de um levantamento realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon).
...Setor apresenta números robustos
Ainda segundo o Sindicato, a Regional de Campinas fechou julho com 103.032 trabalhadores empregados na Construção Civil. Desse total, 30.047 atuam em infraestrutura, 28.517 em edificações e 44.468 em serviços.No acumulado de 2025, o setor registra 6.537postos de trabalho.
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