Mesmo com a taxa Selic ainda em patamares elevados, o que interfere diretamente no mercado imobiliário, as vendas de imóveis em Campinas continuam em patamar elevado. É o que revela levantamento da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (ABRAINC) realizado com dados do GeoBrain e divulgados na última semana. Os negócios fechados na cidade sede da Região Metropolitana no período de janeiro a julho, tiveram uma alta de 51%, ante uma média de 26% entre as cidades 14 cidades do interior do Estado de São Paulo pesquisadas.
Segundo o estudo, Piracicaba apresentou o maior crescimento percentual no Valor Geral de Vendas (VGV) vendido no primeiro semestre, com alta de 82%. Sorocaba aparece na sequência, com 70% de crescimento, e Campinas fecha o pódio, com elevação de 51% no volume comercializado.
Em termos de unidades vendidas, os destaques do levantamento foram Sorocaba, Piracicaba, Campinas e São José do Rio Preto, com altas de 71%, 58%, 46% e 42%, respectivamente.
A evolução do preço médio do metro quadrado vendido foi generalizada entre as cidades analisadas, com destaque para Campinas, Sumaré e Sorocaba, que registraram os maiores aumentos percentuais, com 20%, 19% e 14%, respectivamente.
Luiz França, presidente da ABRAINC, diz que o cenário econômico ainda apresenta desafios, sobretudo por conta dos juros elevados, mas a demanda por imóveis segue bastante aquecida. Ele lembra que 49% dos brasileiros manifestam intenção de comprar sua casa própria, segundo aponta pesquisa da Brain, impulsionados pelo crescimento da população entre 35 e 40 anos – que teve alta de 16% na última década - e pelo peso do aluguel, que nos últimos cinco anos subiu 63%, bem acima da inflação acumulada de 33% no período.
O levantamento analisou as cidades de Bauru, Campinas, Franca, Jundiaí, Marília, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Santos, São Carlos, São José do Rio Preto, São José dos Campos, Sorocaba e Sumaré.
NOTAS
Aluguel residencial acumula alta de 13,81% em 2025
Morar de aluguel em Campinas tem pesado cada vez mais no orçamento das famílias. É o que mostra o Índice FipeZAP. Em setembro, o preço da locação residencial teve alta de 1,40% ligeiramente abaixo do 1,52% de agosto. A variação mensal foi bem superior ao IGP-M do mês (0,42%). Já no acumulado dos nove meses do ano, a alta soma 13,81%, quase o dobro da inflação oficial (7,42%).
Covabra amplia presença na região
Fundada em 1989 na cidade de Limeira e hoje presente em diversas cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), o Covabra Supermercados segue firme em seu plano de expansão. Após inaugurar uma unidade de Indaiatuba no início de setembro, a varejista anunciou na semana passada a compra da unidade do Supermercado Caetano, em Valinhos, que encerrou suas atividades no primeiro trimestre de 2025, com dívidas de R$ 85 milhões.
Odata compra Data Center da GP Participações, em Sumaré...
O mercado de Data Center tem movimentado os negócios na Região Metropolitana de Campinas (RMC), considerada umas das regiões do Brasil com maior volume de projetos no segmento. Na semana passada, a Odata Brasil anunciou desembolso de US$ 40 bilhões para a aquisição de 100% do capital social da GP Participações em Energia Renovável, sociedade e propósito específico (SPE), responsável pela futura instalação de um data center em Sumaré.
...Caixa cheio para novos negócios
No início de setembro, a Odata fez uma captação de US$ 1,02 bilhão em financiamento verde, voltado a investimentos em infraestrutura sustentável, elevando o total de recursos obtidos pela companhia para US$ 2,25 bilhões. O financiamento foi concedido por um consórcio de instituições financeiras internacionais que inclui Apterra, BNP Paribas, Crédit Agricole CIB, Deutsche Bank, MUFG Bank, Natixis, Nomura, Société Générale e SMBC.
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