Preocupadas com questões como crise hídrica e crescimento desordenado, três cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC) iniciaram o ano com uma medida drástica para o setor imobiliário. Recém-empossados, prefeitos de Jaguariúna, Indaiatuba e Vinhedo decidiram suspender os lançamentos de prédios residenciais, comerciais, condomínios e loteamentos.
As medidas, já em vigor e com validade de seis meses a um ano, devem impactar diversos setores ligados à construção e a geração de empregos. Um levantamento divulgado pelo Secovi-SP no final do ano passado apontou que a região de Campinas ficou entre as cinco que mais lançaram imóveis no Estado no terceiro trimestre de 2025, com um total de 2.279 unidades. O setor foi o terceiro maior gerador de empregos em 2024, com 6.895 novas vagas com carteira assinada até setembro, segundo o levamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).
Jaguariúna foi a primeira cidade a tomar a medida, suspendendo por seis meses a emissão de certidões de viabilidade e de diretrizes, aprovações, memoriais, licenças e alvarás para novos loteamentos, condomínios, vilas urbanas, conjuntos habitacionais e residências multifamiliares.A medida, de acordo com o Prefeito, tem o objetivo de realizar uma “melhor aferição da sustentabilidade das certidões de viabilidade e de diretrizes, aprovações, licenças e alvarás em relação às políticas de desenvolvimento e urbanização do Município, com intuito de contemplar o interesse coletivo ou de implementar o bem comum” e também “ordenar o território municipal, atendendo às funções econômicas e sociais da cidade, de modo a compatibilizar o desenvolvimento urbano com o uso e a ocupação do solo”, entre outras necessidades previstas no decreto.
Indaiatuba seguiu a mesma linha, ao suspender por um ano a aprovação de novos loteamentos residenciais e condomínios residenciais verticais. A justificativa é de que a medida se dá diante de um “acelerado processo de crescimento.”
Por sua vez, a Prefeitura de Vinhedo anunciou a suspensão da aprovação de novos empreendimentos imobiliários por 12 meses. A medida, que entrou em vigor neste mês, abrange a emissão de licenças, alvarás e diretrizes para loteamentos, condomínios e edifícios multifamiliares. O objetivo principal é minimizar os impactos da crise hídrica que vem se intensificando a cada ano.
Dinheiro em caixa: Rota das Bandeiras repassa R$ 66,3 milhões para prefeituras
Responsável pela administração do Corredor Dom Pedro, a Concessionária Rota das Bandeiras repassou R$ 66,3 milhões em Imposto Sobre Serviços (ISS) em 2024 aos 17 municípios que compõem a malha sob sua responsabilidade e que corta a Região Metropolitana de Campinas (RMC). O valor foi 5,8% superior ao repassado em 2023, o que indica maior fluxo de veículos trafegando pela rodovia. O repasse de ISS é feito mensalmente aos municípios e consiste em importante receita que pode ser destinada de acordo com a definição de cada prefeitura.
O Corredor Dom Pedro liga a RMC e o Vale do Paraíba e tem um total de 297 km de extensão. A malha administrada pela Rota das Bandeiras é composta pelas rodovias D. Pedro I (SP-065), entre Campinas e Jacareí, José Roberto Magalhães Teixeira (SP-083), entre Campinas e Valinhos, Perimetral de Itatiba (SPI 081/360), além de trechos das rodovias Prof. Zeferino Vaz (SP-332), entre Campinas e Mogi Guaçu; Eng. Constâncio Cintra (SP-360), entre Itatiba e Jundiaí; e Romildo Prado (SP-063), entre Itatiba e Louveira.
O valor repassado às cidades referente à cobrança da tarifa do pedágio é calculado com base na extensão da rodovia que passa pelo território do município, conforme estabelece o contrato de concessão.
BNDES aprova R$ 800 mi para CPFL digitalizar parque de medidores de distribuição de energia
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou financiamento de R$ 800 milhões para o plano de digitalização das medições de três concessionárias de distribuição de energia da CPFL Energia S.A. Com os recursos, serão adquiridos e instalados medidores inteligentes (smart meters) em substituição aos medidores atuais (eletromecânicos ou eletrônicos). O investimento integra o plano de substituição de medidores nas áreas de concessão de cada uma das concessionárias, previsto para se estender entre 2025 e 2029, com um custo total estimado em mais de R$ 1,2 bilhão.
Os recursos serão destinados a três empresas controladas pela holding da CPFL, que prestam serviço público de distribuição de energia elétrica. Serão R$ 326,3 milhões para a CPFL Paulista (Companhia Paulista de Força e Luz, que atende cerca de 5 milhões de clientes em 234 municípios de São Paulo), R$ 411,4 milhões para a CPFL Piratininga (Companhia Piratininga de Força e Luz, com 2 milhões de clientes em 27 municípios paulistas) e R$ 62,1 milhões para a CPFL Santa Cruz (Companhia Jaguari de Energia, com 511 mil clientes em 45 municípios em São Paulo, Minas Gerais e Paraná).
Entre os benefícios estão a transmissão dos dados de consumo de forma remota e em tempo real, eliminando a necessidade de leituras manuais mensais de consumo (passíveis de erros, atrasos e custos de deslocamento), a melhora na gestão em caso de interrupção do fornecimento de energia e a melhora na gestão e monitoramento em tempo real por parte dos consumidores sobre o uso da sua energia, possibilitando o ajuste dos hábitos de consumo, para reduzir as contas de eletricidade, além da adoção de um consumo mais consciente.
“Esse é o primeiro plano de investimentos para a implantação de medidores inteligentes aprovado pelo BNDES. O projeto resultará na aquisição de equipamentos inovadores, de fabricação nacional, que oferecem diversos recursos tecnológicos para gestão do consumo de energia, garantindo agilidade nos serviços prestados pelas distribuidoras, beneficiando os consumidores”, explica o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
Segundo Kedi Wang, a CFO da CPFL Energia, a empresa está comprometida em desenvolver uma rede elétrica inteligente, sustentável e altamente confiável. “O aumento nos investimentos em medidores inteligentes desempenha um papel fundamental ao permitir uma gestão mais eficiente das cargas elétricas e ao proporcionar um entendimento mais preciso dos padrões de consumo dos clientes. Isso resulta em maior eficiência operacional, redução de custos e acelera a digitalização e modernização de equipamentos no setor elétrico, contribuindo para uma significativa melhoria na qualidade dos serviços de energia oferecidos aos consumidores. O apoio do Fundo de Inovação do BNDES é essencial para viabilizar o início desse projeto", reforça Kedi.
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