Com cerca de 3,3 milhões de moradores, um dos principais polos industriais do Brasil e quinto destino de eventos corporativo internacionais, a Região Metropolitana de Campinas (RMC), deve movimentar cerca de R$ 6 bilhões com alimentação fora do lar neste ano de 2025, segundo estimativa do IPC Maps. O volume de gastos previsto tem atraído investimentos no setor de bares e restaurantes, que já concentra o segundo maior em número de estabelecimentos de alimentação fora do lar no estado de São Paulo.
O mais recente investimento anunciado vai criar o Mercadão Gourmet na cidade de Hortolândia. O empreendimento, capitaneado pela Haka Imob, vai ocupar 2.834m² de área bruta locável, dividida em 92 boxes que variam de 24,8 m² a 49,4 m², divididos em setores como hortifruti, restaurantes, padaria, espaço kids, espaço Pet, dentre outros.
O valor total a ser investimento não foi revelado pela empresa. A estimativa é de que Mercadão Gourmet, inspirado em serviços e experiências europeias, gere 600 empregos diretos e outros 1.300 indiretos quando entrar em operação.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo de Hortolândia, Dimas Pádua, diz que a chegada do Mercadão Gourmet fortalecerá o setor de comércio e serviços na cidade, além de gerar emprego e receita aos cofres públicos.
Taxas de registro de marcas, patentes e outras propriedades sobem até 100% em agosto
A partir do dia 7 de agosto, entra em vigor a nova tabela de retribuições do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI). A atualização com novos valores para serviços prestados pela autarquia constam na Portaria GM/MDIC nº 110, já publicada no Diário Oficial da União. Este é o primeiro reajuste geral realizado desde 2012 e faz parte de um processo de modernização dos serviços e da ampliação da inclusão social - voltada ao acesso de pessoa física PcD ou hipossuficiente.
De acordo com o INPI, o reajuste médio após a aplicação de todos os parâmetros ficou em 24,1%. No entanto, algumas taxas tiveram aumento superior a 100%. As mudanças não se resumem a majoração de valores. Há também a introdução de novos serviços, a normatização isenção total para públicos específicos, além de reajuste de descontos para quem já possui, como MEIs, MPEs, EPPs e ICTs.
Os descontos não foram introduzidos nessa alteração, eles já existiam, para ambos os casos, aliás houve diminuição dos descontos para MEIs, MPEs, EPPs e ICTs eles caíram de 60% para 50% de descontos. No caso de PcD os descontos existiam, mas não estavam normatizados internamente no INPI.
A intenção do INPI é otimizar processos, como os registros de marcas e patentes, tornando mais prática e rápida cada etapa. As mudanças não serão todas aplicadas a partir de agosto, de maneira gradativa até dezembro de 2025.
Com foco na inovação de seus serviços, o INPI automatizou algumas etapas do processo de registro de marcas e patentes, o que certamente será muito vantajoso para os requerentes. Por exemplo, não será mais necessário recolher a taxa de decênio e emissão de certificado de concessão para os processos que forem deferidos, isso será feito de forma automática.
Para Eduardo Panzani, consultor da Vilage Marcas e Patentes na região de Campinas, diante desse cenário, o ideal para quem vai fazer um registro é não cometer os erros comuns que costumam provocar indeferimento (falta de busca prévia, falha na análise de anterioridades, falta de documentos, de informações, de dados técnicos).
“Na prática, as exigências do INPI para uma concessão de marca ou de patente não mudaram, continuam sendo muito rigorosas. Porém, é preciso ter mais cuidado para que a despesa não fique ainda maior por conta dos novos valores. Neste sentido, é altamente recomendável procurar por um suporte especializado e atualizado em propriedade industrial”, explica ele.
Para outros serviços relacionados à marca - como prorrogação, atualização de dados cadastrais, pedido de caducidade ou oposição -, é bom se antecipar pensando na economia que fará antes da nova tabela entrar em vigor, a partir de 7 de agosto. O mesmo vale para o recolhimento de anuidade de patentes. Se o prazo já foi aberto, é essencial que o pagamento seja realizado antes do dia 7 de agosto porque as maiores altas serão justamente das taxas de anuidades e quinquênios.
Como o objetivo do INPI com as novas regras também é impulsionar a inclusão social no universo da propriedade industrial, é bom lembrar que pessoas com deficiência (PcD) ou hipossuficientes terão isenção de 100% em determinados serviços, como as taxas relacionadas a marcas.
Desta maneira, pode ser vantajoso aguardar até 20 de setembro, quando começa a valer esse benefício. No entanto, vale lembrar que existe um risco considerável de outra pessoa ou empresa registrar a mesma marca antes.
Então, neste caso, também é essencial avaliar de maneira estratégica e com suporte profissional personalizado para saber qual a melhor decisão de acordo com cada caso.
Como evitar maiores custos em processos no INPI?
Ao mesmo tempo que o INPI reajusta sua tabela de retribuições e abre o leque com descontos e isenções, é importante ter em mente o risco de gastar muito mais após uma condução malfeita de cada demanda.
“As novas normas a partir de agosto vão exigir muito mais conhecimento técnico para evitar erros. Qualquer problema que surgir não será apenas perda de tempo. Será um grande prejuízo no bolso”, afirma Panzani.
O mais recomendável neste momento é não se arriscar tentando sozinho ou entregando a missão para iniciantes. Quem não tem experiência neste segmento ou não está totalmente atualizado com as novas exigências do INPI pode procurar um suporte profissional.
Pesquisadores da Unicamp desenvolvem sistema de inspeção de redes elétricas por IA
Um sistema que combina inteligência artificial (IA), visão computacional e câmeras ópticas e térmicas, embarcadas em veículos comuns, pode transformar a inspeção preventiva de redes aéreas de distribuição de energia elétrica.
Desenvolvida por pesquisadores da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em parceria com concessionárias de energia e protegida por patente, a tecnologia foi licenciada, com estratégia da Agência de Inovação Inova Unicamp, para a Kasco Tecnologia, uma empresa spin-off acadêmica, que tem entre seus sócios-fundadores pessoas egressas da universidade, que participaram da invenção.
A tecnologia já está em operação com três veículos da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e sua subsidiária RGE Sul Distribuidora de Energia, e também foi exportada para o Equador. O sistema substitui o método tradicional de inspeção, onde técnicos, posicionados em caçambas de carros, utilizam câmeras térmicas manuais para identificar anomalias relacionadas ao superaquecimento de componentes elétricos, preenchendo relatórios em campo.
O desenvolvimento da tecnologia surgiu de uma necessidade real das concessionárias de energia. De acordo com o professor Rangel Arthur, docente da Faculdade de Tecnologia (FT) da Unicamp, as pesquisas começaram a partir de uma demanda do grupo CPFL para modernizar os processos de inspeção, que até então envolviam mais tempo, maiores riscos e limitações ergonômicas para os operadores.
A solução possui um arranjo de quatro pares de câmeras que permite inspecionar a rede de forma contínua a uma velocidade de 30 km/h. O novo modelo depende de um único motorista, que percorre rotas pré-programadas enquanto o sistema, instalado no teto do carro, realiza a varredura automática das redes e alimentadores elétricos.
As imagens térmicas e ópticas, captadas pelas câmeras, são analisadas em tempo real pelos algoritmos treinados do Thermovision para detectar anomalias. A geração de relatórios é automática e pode ser enviada à central técnica da concessionária sem necessidade de intervenção humana.
Segundo os pesquisadores, antes, a inspeção de todos os alimentadores de uma cidade como Campinas, por exemplo, poderia levar anos. Com a tecnologia Thermovision, ela pode ser feita com maior periodicidade e eficiência, reduzindo falhas e interrupções no fornecimento de energia.
O sistema funciona com câmeras térmicas de alta frequência, sensores ópticos, GPS e uma estação meteorológica embarcada, capaz de compensar interferências como vento ou temperatura ambiente. A inteligência artificial, por sua vez, identifica os elementos da rede, descarta imagens redundantes, compensa a trepidação natural de um veículo em movimento (que também pode interferir na qualidade das imagens) e classifica anomalias de forma automatizada.
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