Mesmo com crescimento acima do esperado em 2024, em torno de 3%, segundo as projeções, o cenário para o comércio em 2025 é de cautela e desafios. Segundo a Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC), a projeção de expansão da economia é de apenas 1,5% neste ano. O índice está em linha com as previsões para o mercado nacional, por conta de fatores conjunturais, como inflação elevada e juros em alta.
Segundo pesquisa do departamento de economia da entidade, a partir dos indicadores divulgados nas últimas semanas, o PIB, que cresceu 3,5% em 2024, deve expandir cerca de 2,0% em 2025, o menor crescimento desde 2020.
Já a taxa básica de juros (Selic) – que hoje está em 12,25% - pode atingir ainda no primeiro trimestre 14,25% ao ano, o maior índice desde 2016. O Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, admite que dois aumentos de 1% podem ocorrer até março.
A inflação, cuja meta do Banco Central é 3,0%, deve se aproximar de 5,0%, impactando diretamente os preços de alimentos, aluguel e material escolar, tradicionalmente reajustados em janeiro.
“O cenário econômico de 2025 exige atenção redobrada de consumidores e empresários. Planejamento financeiro e gestão eficiente serão cruciais para superar os desafios e aproveitar as oportunidades de crescimento em meio às incertezas”, ressalta Adriana Flosi, presidente da ACIC.
Além disso, os indicadores de confiança estão em queda. Segundo o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), no que se refere a Confiança do Consumidor, em dezembro atingiu o menor nível desde do semestre (desde junho 2024). No mercado de trabalho, apesar do desemprego ainda estar em níveis baixos, há sinais de desaquecimento na geração de empregos, resultado de juros elevados e instabilidade fiscal.
Conforme antecipado por esta coluna, região terá R$ 5 bi de investimento de novo data center
Pesquisa feita pela consultoria imobiliária JLL, o Brasil concentra 75% dos investimentos – já em andamento e novos – em data centers. A região de Campinas, segundo o estudo, reúne o maior volume de investimentos no país, superando Barueri e o Rio de Janeiro. Em dezembro, esta coluna trouxe a informação de que a desenvolvedora de negócios imobiliários Aurea Invest estava captando no mercado US$ 500 milhões para construção de empreendimentos na região de Campinas. A informação foi confirmada com o anúncio de investimento de R$ 5 bilhões em uma unidade na cidade de Sumaré.
A Aurea Invest será responsável por toda a infraestrutura, aquisição do terreno e a construção do galpão de 300 mil metros quadrados, localizado em uma área de 500 mil metros quadrados, na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348). A empesa deverá injetar entre 10% e 15% do investimento previsto. O restaurante será feito pela empresa que irá ocupar o espaço, cujo nome ainda não foi informado.
A escolha de Sumaré se deve a fatores estruturais, como o fornecimento de energia, já que os data centers são grandes consumidores de eletricidade. O futuro data center fica próxima a uma subestação da CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz).
Atualmente, Sumaré conta com 11 data centers, sendo 11 da Ascenty e da multinacional de tecnologia Microsoft, em fase de construção.
Novo laboratório do CPQD vai desenvolver aplicação para mapeamento de sinais cerebrais
O CPQD prevê o desenvolvimento de uma aplicação envolvendo IA generativa e tecnologias Brain-to Speech para o mapeamento de sinais cerebrais e traduzi-los em comandos de fala. Neste caso, os algoritmos vão decodificar sinais neurais relacionados à produção e compreensão da fala.
A criação de uma aplicação para mapeamento de sinais faz parte dos projetos pensados para depois que o seu Laboratório de Conectividade, Inteligência Artificial e Aplicações Avançadas (LCIA) foi ampliado e renovado. Com a mudança, o espaço poderá ser compartilhado com outras instituições, parceiros e clientes para testarem suas aplicações de transformação digital.
O projeto também inclui a criação de uma base de dados neural, o desenvolvimento de novas técnicas de análise, pré-processamento e extração de características de sinais neurais e a construção de benchmarks de referência na área.
A estimativa é que o novo laboratório leve 36 meses para ficar pronto.
A expansão e renovação acontece depois que o projeto foi aprovado na chamada pública Pró-Infra Centros Temáticos – Implantação e melhoria da infraestrutura de pesquisa para solucionar desafios em áreas temáticas críticas, lançada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)/Finep e angariou R$ 8,9 milhões.
Atualmente, o LCIA desenvolve necessidades e experimenta aplicações em segmentos como conectividade, Internet das Coisas, IA e realidade imersiva, porém, parceiros e clientes não têm acesso ao espaço
Com a ampliação do laboratório, a infraestrutura poderá ser compartilhada com instituições e empresas parceiras.
Com o montante, o CPQD vai utilizar cerca de R$ 5 milhões para aquisição de unidades de processamento gráfico (GPUs) para modelos de IA.
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