Donald Trump assume na próxima segunda-feira, dia 20, a presidência dos Estados Unidos, A segunda passagem do Republicano pela Casa Branca é cercada de incertezas em todo o mundo, em especial o setor produtivo, pela política a ser implementada sobre as barreiras tarifarias para reduzirem ou bloquearem a entrada de produtos importados no país, sobretudo aqueles de origem chinesa.
Essa guerra com os chineses e demais países asiáticos, especialmente no setor automotivo, também pode trazer reflexos na indústria brasileira. Para se aproveitar do mercado, a multinacional alemã Bosch, fornecedora de produtos para quase todas as montadoras no mundo, já estuda nacionalizar a produção de equipamentos, através de suas operações no Brasil (onde tem uma fábrica em Campinas) ou no México.
Em entrevista à agência internacional de notícias Reuters, o presidente da Bosch nos EUA, Paul Thomas, disse que a empresa já estuda cenários em diversos níveis de tributação de produtos importados nos EUA. Ele também citou que dentre os produtos que deverão ser impactados, um controlador eletrônico produzido na Malásia poderia ser produzido no Brasil. “Estamos pensando em fazer isso no México ou no Brasil, áreas onde já temos uma presença”, comentou o executivo.
A projeção da Bosch em 2024 é de um aumento no faturamento em até 12% na América Latina. A projeção, caso tenha se concretizado em dezembro – e que ainda não foi divulgada - vai representar uma espécie de virada: o faturamento registrado em 2023 na região, R$ 9,8 bilhões, havia sido 5% menor do que o visto em 2022.
Número de MEIs cresce 74,4% em Campinas desde 2019, puxado por serviços de cabeleireiro, manicure e pedicure
O Brasil é o segundo país com mais empreendedores potenciais do mundo, atrás somente da Índia. A pandemia afetou o setor brasileiro. O país passou por diversos desafios econômicos por causa do isolamento social e diversos investidores tiveram que mudar a forma de fazer negócio, já que era necessário adaptar as necessidades do público para conseguir vender. Atualmente, os Microempreendedores Individuais (MEIs) representam cerca de 80% dos negócios no País.
Na cidade de Campinas, sede da RMC, o empreendedorismo também está em alta. Atualmente, existem 128.730 mil MEIs ativos na cidade, segundo levantamento do Sebrae-SP, a partir do Portal do Empreendedor do Governo Federal, atualizados em 31 de dezembro de 2024, com crescimento de 74,4% desde 2019.
Camila Alves de Oliveira, analista de negócios do Sebrae-SP, atribui o aumento significativo ao período da pandemia e ao desejo crescente de empreender. “Muitas pessoas uniram o útil ao agradável: realizar o sonho do negócio próprio, aumentar a renda mensal e, ao mesmo tempo, estar mais próximas da família. A pandemia da Covid-19 foi um fator importante nesse crescimento de MEIs”, explica ela.
Entre homens e mulheres, a faixa etária predominante entre os MEIs de Campinas é de 31 a 40 anos, seguida pelas faixas de 41 a 50 anos e de 21 a 30 anos. “Mais de 89 mil pessoas estão entre 21 e 50 anos em Campinas, o que representa quase três quartos dos microempreendedores da cidade”, segundo a analista.
Dentro da Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE), o TOP 5 das áreas escolhias pelos empreendedores da cidade estão: serviços de cabeleireiro, manicure e pedicure (7.760), atividades de promoção de vendas (6.722), preparação de documentos e serviços especializados de apoio administrativo não especificados anteriormente (6.104), comércio varejista de artigos do vestuário (4.901), transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças, municipal (4.735)
Termômetro de Negócios da Amcham aponta otimismo moderado dos empresários para 2025
A Amcham Brasil lançou o Termômetro de Negócios BR-EUA, um indicador inédito desenvolvido em parceria com a Tendências Consultoria, que medirá as expectativas empresariais sobre o comércio e os investimentos entre Brasil e EUA. Na sua estreia, o Termômetro registrou 58,2 pontos, indicando uma perspectiva moderadamente otimista para o ano de 2025. O índice utiliza uma escala de 1 a 100, na qual valores acima de 50 sinalizam mais otimismo, enquanto abaixo disso refletem menos otimismo.
O indicador é baseado em levantamentos com empresas que participam ativamente do comércio ou realizam investimentos entre os dois países. Ele mensura expectativas para o aumento de trocas de bens e serviços e para os fluxos de investimento ao longo dos próximos 12 meses, além de capturar prioridades e desafios que moldam as decisões empresariais.
O Termômetro de Negócios é calculado a partir da média ponderada de respostas a perguntas sobre investimentos e sobre comércio. Com um resultado parcial de 71,3 pontos, o eixo de investimentos foi o maior destaque.
"Com o lançamento do Termômetro de Negócios BR-EUA, a Amcham oferece uma ferramenta periódica para monitorar o pulso do comércio e dos investimentos entre as duas maiores economias das Américas. Este primeiro levantamento aponta para uma expectativa de crescimento moderado em 2025, especialmente no eixo de investimentos", destaca Abrão Neto, CEO da Amcham Brasil.
Investimentos
Empresas americanas: 52,9% pretendem ampliar ou iniciar investimentos no Brasil, sendo fatores como estabilidade macroeconômica, sistema tributário e clareza regulatória apontados como decisivos.
Empresas brasileiras: 50% pretendem expandir suas operações nos EUA, destacando como prioridades a redução de barreiras comerciais, incentivos fiscais e financiamento competitivo.
Comércio bilateral aponta crescimento moderado
No eixo do comércio, o Termômetro registrou 53,9 pontos, indicando uma expectativa de expansão mais contida:
Exportações: 34,3% das empresas planejam aumentar as vendas de bens e serviços aos EUA nos próximos 12 meses.
Importações: 27,1% indicaram intenção de ampliar aquisições de produtos americanos nesse período
Os fatores prioritários destacados incluem redução de custos tributários, estímulo ao comércio bilateral e manutenção de uma taxa de câmbio competitiva.
Perfil da Pesquisa
O levantamento contou com 95 respostas válidas, com as seguintes características:
91% de grandes empresas.
Setores representados: 53,7% industrial, 34,7% serviços e 7,4% agro.
Participação em comércio bilateral: a maioria atua em exportações ou importações, enquanto cerca de 1/3 possuem operações de investimento, principalmente empresas americanas com operações no Brasil.
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