A Região Sudeste do país segue tendência de alta de casos de câncer de próstata em três dos quatro estados - Espirito Santo, Minas Gerais e São Paulo, de acordo com números levantados pelo Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) na base de dados do Datasus. Em termos de Brasil, o Câncer Tomorrow, da OMS, aponta que em 2040 os tumores de próstata serão a causa de 41,4 mil mortes, um aumento de 122%, acima da média anual, que registra acréscimo de 97%. Alinhado ao cenário e em alusão ao Novembro Azul, o IUCR lança a campanha SÓ UM TOQUE, MAN! que convoca os homens a aderir à prevenção, diagnóstico precoce e cuidados gerais com a saúde para redução da carga de incidência e mortalidade
Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que o Brasil registrará 71.740 casos novos a cada ano deste triênio (2023-2025), um aumento de 8,5% em relação a estimativa anterior (2020-2022), que era de 65.840 casos anuais. No país, os tumores malignos de próstata respondem por 3 em cada 10 casos de câncer diagnosticados nos homens.
Na Região Sudeste, números levantados pelo Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR), no Painel de Oncologia Brasil/Datasus, que considera o atendimento no Sistema Único de Saúde - SUS (confira a tabela a seguir), revelam que a tendência de aumento de casos já está presente em 2022, comparado ao ano anterior.
Região Sudeste - Diagnóstico de câncer de próstata *
Estado |
2019 |
2020 |
2021 |
2022 |
2022 x 2021 |
Julho/agosto 2023 |
Espírito Santo |
859 |
657 |
938 |
1.097 |
+16,9% |
581 |
Minas Gerais |
6.353 |
4.969 |
5.388 |
6.830 |
+26,7% |
3.434 |
Rio de Janeiro |
3.272 |
2.566 |
3.355 |
3.135 |
- 6,55% |
1.584 |
São Paulo |
10.969 |
9.013 |
9.115 |
9.451 |
+ 3,6% |
5.007 |
SÓ UM TOQUE, MAN – Os números acendem o alerta para a intensificação das ações alusivas ao Novembro Azul, mês de conscientização mundial sobre câncer de próstata. Com esse foco, o IUCR cria em 2023 a campanha SÓ UM TOQUE, MAN, com mensagem-chave que faz analogia à disseminação de dicas de cuidados com a saúde, assim como lembra sobre a importância do exame de toque (associado ao exame de PSA), que é um tabu na população masculina.
A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda que os homens a partir de 50 anos procurem um profissional especializado, para avaliação individualizada. Aqueles da raça negra ou com parentes de primeiro grau com câncer de próstata devem começar aos 45 anos. O rastreamento deverá ser realizado após ampla discussão de riscos e potenciais benefícios, em decisão compartilhada com o paciente. Após os 75 anos, poderá ser realizado apenas para aqueles com expectativa de vida acima de 10 anos.
“Os homens são mais resistentes a cuidar da saúde. Infelizmente, é uma questão cultura, na qual muitos não aceitam estar em qualquer condição que eles julguem ser de vulnerabilidade. Isso fecha janelas de oportunidade para prevenção e para um potencial diagnóstico mais precoce. Precisamos dar este toque nos homens”, alerta o urologista e cirurgião oncológico Gustavo Cardoso Guimarães, diretor do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR) e coordenador dos departamentos cirúrgicos oncológicos da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.
PRINCIPAIS TOQUES PARA OS HOMENS
Passe em consulta com o urologista uma vez ao ano Se você já tem 45 anos de idade ou mais, faça o exame de toque retal e de sague PSA para a prevenção do câncer de próstata Tenha uma alimentação equilibrada todos os dias Faça a atividade física regularmente Não fume Use preservativo na relação sexual Bebida alcoólica só com moderação Fique alerta aos sinais do seu corpo Mantenha o peso adequado
TRATAMENTO – A definição do tratamento é feita caso a caso, levando em conta variáveis como idade, tipo do câncer, estágio, estadiamento, estado clínico e emocional do paciente e possíveis efeitos colaterais associados ao tratamento. “Munidos dessas informações, podemos oferecer uma abordagem personalizada, baseada em evidências científicas, beneficiando cada paciente de forma assertiva”, explica Gustavo Guimarães. As abordagens podem ser cirúrgicas, com destaque para a robótica; assim como por ultrassom de alta frequência, hormonioterapia, radioterapia, crioterapia, protonterapia e quimioterapia. “Há casos também em que a doença é indolente a tal ponto de optarmos por não tratar. Mantemos assim uma vigilância ativa, só optando pela terapia caso a doença evolua”, afirma.
Mais informações sobre epidemiologia, prevenção, diagnóstico, fases da doença, tratamento e reabilitação do paciente estão disponíveis em https://www.iucr.com.br/cancer-prostata.
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