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Terça-feira, 25 de Marco de 2025
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Percebo meu filho muito ansioso, o que devo fazer?

Há diferença entre ansiedade normal e ansiedade patológica.

Percebo meu filho muito ansioso, o que devo fazer?
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A ansiedade infantil é um dos questionamentos mais frequentes que recebo no consultório. Primeira orientação que eu dou é para que os pais exemplifiquem os comportamentos que entendem como “muito ansiosos”, isso porque ansiedade todos têm, mas há diferença entre ansiedade normal e ansiedade patológica.

A primeira é uma reação temporária, saudável e que prepara o corpo para determinadas situações, ou seja, uma reação natural do organismo ligada ao instinto de sobrevivência. Os sintomas são falta de sono, perda de apetite, aumento da respiração e da frequência cardíaca. A ansiedade normal dura pouco e não exige esforço intenso para ser controlada, os sintomas passam quando a preocupação acaba. Já o segundo tipo é aquele que se apresenta excessivamente, de forma desproporcional ao problema ou sem motivação específica.

O segundo passo é entender quais são as situações que desencadeiam a ansiedade. Muitas vezes estão ligadas à dinâmica familiar. Pais agitados criam filhos agitados, pais ansiosos criam filhos ansiosos. E aqui não é algo para despertar culpa nos pais, o psicólogo nunca está na posição de julgador, mas de mediador, que ajuda a mudar o olhar e refletir sobre determinados pontos da vida. E com o olhar nessa dinâmica, como está a agenda do filho? É muito comum nos dias de hoje, a criança ter uma agenda de compromissos.

Embora a intenção familiar seja boa, é importante ter em mente que a criança precisa ter tempo para ser criança. Por vezes a rotina cheia de compromissos desperta a sensação de correria e um receio de não atender às expectativas dos pais. Com isso, a sugestão é reduzir os compromissos da criança. Como está o seu tempo com seu filho?

Inúmeras vezes, devido às demandas do dia a dia, é complicado para os pais simplesmente reduzirem seus compromissos, como sugerido na rotina da criança. Contudo, é imprescindível que o tempo disponível esteja inteiro, totalmente presente para o seu filho e não apenas dividindo o mesmo ambiente. Desligue o celular, brinque sem interrupções, permita que ele divida seu dia, suas questões sem receios de como irão receber o que ele falar.

Outro aspecto importante é não permitir que a criança presencie ou ouça as discussões entre você e seu cônjuge. Não estamos aqui no conto de fadas, no relacionamento cor de rosa das redes sociais, dificuldades conjugais existem, fazem parte da vida, mas a criança não precisa se envolver emocionalmente nessas questões.

Procure um psicólogo infantil para ajudar a criança a entender suas emoções, elaborá-las e ressignificá-las. Tão importante quanto a criança estar bem, é que os pais também estejam bem, pois se não estiverem não conseguirão acolher a dor da criança. Gosto muito da reflexão da mãe que vai ao shopping com a filha e em determinado momento vão ao banheiro, após lavar as mãos, a mãe pega o papel e entrega para a filha secar as mãozinhas dela e na sequência pega o papel para secar as suas. Repare que nesse caso, a mãe entrega para a filha papel molhado. Ela deveria primeiro secar as suas mãos e depois entregar o papel para a filha.

A metáfora acima é a mesma analogia dos procedimentos de segurança de um avião: se houver despressurização do ar, máscaras de oxigênio cairão, primeiro coloque-a em você, depois em quem está ao seu lado.

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