Com a expectativa de tornar o Brasil mais atraente para indústrias do exterior e atrair novos investimentos voltados para infraestrutura digital, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou nesta quarta-feira (17) a Medida Provisória (MP) da Política Nacional de Data Centers. Com validade de 5 anos, o programa prevê isenção de PIS/Pasep, Cofins e IPI na compra de equipamentos de Tecnologia da Informação e Comunicação, importados ou fabricados no país. O texto agora segue para o Congresso Nacional. A medida pode trazer fortes impactos para a região de Campinas.

O mercado brasileiro de data centers está avaliado em US$ 4,6 bilhões, equivalente a 1,4% do bolo global, que soma US$ 330 bilhões. Estes valores devem se expandir ainda mais nos próximos anos, com investimentos de empresas nacionais e internacionais, além de US$ 2 bilhões somente com aluguel de novos espaços.

Segundo uma pesquisa feita pela consultoria imobiliária JLL, o Brasil concentra 75% dos investimentos – já em andamento e novos – no mercado concentrado junto com Colômbia e Chile. E a região de Campinas, especialmente cidades como Campinas, Sumaré, Hortolândia e Paulínia, segundo o estudo, reúne o maior volume de investimentos no país, superando Barueri e o Rio de Janeiro.

De acordo com a JLL, cada projeto pode levar até quatro anos para ser implementado e entrar em operação. São dois anos para avaliação de infraestrutura energética e aprovação junto aos órgãos reguladores. Já a importação de equipamentos pode levar mais um ano e meio.

Entre as vantagens da região para atração desses investimentos estão na presença de empresas de tecnologia e disponibilidade de áreas para construção dos projetos.

Desenvolvedores de galpões e escritórios estão de olho na expansão e colocam a região de Campinas como principal centro para receber novos negócios. A desenvolvedora imobiliária Aurea Invest é uma delas. A empresa está captando no mercado recursos de US$ 500 milhões para construção de empreendimentos, sendo um deles na região de Campinas.

Segundo o CEO Marcelo Hannud, em entrevista ao jornal Valor Econômico, o centro regional deverá ter capacidade para 1 gigawatt de potência. Para efeito de comparação, a empresa está desenvolvendo um projeto em Santana de Paranaíba, com investimento de R$ 800 milhões e capacidade para 200 megawatts.

CURTAS

Medley já tem cinco interessados

A Medley, fabricante de medicamentos instalada em Campinas, hoje controlada pela multinacional francesa grupo francês Sanofi, está em processo de vendas. O laboratório criado pela família Negrão deve ser negociado em 2026 pelo valor mínimo de US$ 1 bi. Segundo o jornal Valor Econômico, pelo menos quatro grupos nacionais estão na disputa dos ativos: EMS, Aché, Hypera e União Química

Yara investe R$ 90 milhões para ampliar fábrica em Sumaré...

A Yara, com atuação no segmento de nutrição de plantas, anunciou investimento de R$ 90 milhões em Sumaré ainda em 2025. O aporte será utilizado para ampliação da fábrica e da linha de produtos foliares, incluindo lançamentos de novos produtos como fertilizantes líquidos. A empresa também vai ampliar a área de pesquisa. A expectativa é de que 50 funcionários sejam contratados para diversas áreas. A planta de Sumaré foi inaugurada há cinco anos, com aporte de R$ 100 milhões.

Locação residencial em Campinas tem alta de 12,24% em 2025...

Quem está em busca de um imóvel residencial para locação em Campinas precisa pesquisar muito antes de fechar negócio. O valor da locação não para de subir na cidade, segundo pesquisa mensal. Em agosto, o Índice FipeZAP registrou aceleração em relação a julho, com alta de 1,52% (ante 1,15% do mês anterior. No acumulado de janeiro a agosto, o preço de locação residencial já acumula uma alta de 12,24%.

...Índice é o dobro da média nacional

Para se ter uma noção mais ampla do impacto do aumento em 2025, basta uma comparação com os aumentos no Brasil e de dados oficiais que medem a inflação. No mesmo período de oito meses desse ano. O aumento médio nacional do Índice FipeZAP é de 6,83%. No mesmo intervalo, o IPCA acumulado é de 0,26%, enquanto o IGP-M _utilizado para reajustes de contratos antigos – está negativo em 0,77%.

Fundo compra imóvel logístico em Indaiatuba

O fundo imobiliário GGR Covepi anunciou, por meio de fato relevante, a compra do imóvel logístico Green House, localizado em Indaiatuba, na Região Metropolitana de Campinas (RMC), pelo valor de R$ 43 milhões. O Green House é formado por cinco galpões, que somam 20,1 mil metros quadrados de área bruta locável (ABL). O espaço está alugado para a Outdoor Importação e Exportação.